Ganesha

Divindades

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Com corpo humano e cabeça de elefante, ele também é conhecido entre os hindus como o deus da sabedoria e da prosperidade. Entre os místicos, ele é o senhor do ocultismo e das artes mágicas. A ele é atribuída a qualidade que denota aquele que desobstrui os caminhos para a elevação espiritual.

Filho do semideus Shiva com sua consorte Parvati, irmão, portanto, de Khartikeya, Ganesha é um deus extremamente popular na Índia. Os místicos atribuem-lhe diversos significados simbólicos. E ele possui cerca de mil nomes, segundo seus atos, como: Sumukha, Ekadanta, Kapil, Gaj Karnak, Lambodar, Vikata, Vighnanashak, Vinayaka, Dhurmraketu, Ganadhyaksha, Bhalchandra, Gajanan. Também é conhecido como Sidha, Heramba, Ekakshara, Haridra-Ganapati, Dhundi Ganapati, Singha Ganapati, Sankashtaharan Ganapati etc.

Segundo o escritor indiano J. N. Kaushik, em Ganesha, the god of India, histórias do semideus Ganesha estão em vários Puranas. O Ganesha purana descreve seu caráter, e o Ganesha upanishad, a performance litúrgica de sua adoração.

A origem de Ganesha tem várias versões relatadas em diferentes Puranas, contudo, a mais popular delas atribui seu nascimento às artes mágicas de sua mãe Parvati. Das cinzas que recolhera do peito de Shiva, enquanto ele descansava, Parvati teria preparado uma lama com gotas de essências e água do Ganges, um dia quando se banhava.

Dessa lama, teria moldado Ganesha, a quem pediu que se tornasse seu guardião e se postasse na entrada de seu palácio. Já que se sentia muito só sempre que Shiva se ausentava para meditar por longos períodos nos Himalayas, como acontecia naquele momento.

Quando Shiva retornou, encontrou Ganesha na porta de sua casa. Ganesha se apresentou como filho de Parvati e o impediu de entrar. Shiva sentiu-se ofendido e, suspeitando-se traído pela esposa, já que desconhecia aquele filho, decapitou o menino.

Parvati, então, contou-lhe como produzira Ganesha para ser seu guardião, enquanto o esposo estivesse ausente. Arrependido do que fizera, Shiva pediu que lhe trouxessem a cabeça de um bebê para que ele ressuscitasse Ganesha.  Entregaram-lhe, porém, a cabeça de um filhote de elefante. Assim, Shiva trouxe seu filho de volta à vida com uma cabeça de elefante.

Também há várias versões para explicar a origem do veículo de Ganesha, o ratinho. Entretanto, a que mais se ouve contar é que, certa vez, um grande demônio, chamado Gajasura, durante uma luta com Ganesha, teria se transformado em um camundongo, para despistar o adversário.

Mas, Ganesha, subjugou e montou Gajasura, que, então, se tornou seu veículo camundongo, chamado Mushaka. Dizem que foi nessa mesma luta que a presa direita de Ganesha teria se partido, porém também existem várias histórias que contam de maneiras diferentes como essa presa de Ganesha teria se quebrado.

De acordo com Kaushik, na Índia, há 21 Ganapati-Kshetras espalhados em vários estados. A adoração de Ganesha é muito comum em Maharastra, Rajasthan, Andhra, Karnataka, Kerala, Gujarat, Madhya Pradesh, Haryana.

Muitos templos são dedicados a ele em Varanasi e outros lugares considerados sagrados. Também várias formas de deidades de Ganesha têm sido encontradas em outros países como: Nepal, China, Turkestão, Tibet, Japão, Birmânia, Tailândia, Indonésia, Java, Bali etc.

Sua popularidade é atribuída a diversos motivos, desde a busca de conhecimento, para elevação de status, à busca de confiança, para a travessia de todos os reveses na vida. Para quem quer recuperar poder e força, Ganesha possui a qualidade de um guerreiro. Seu espírito bélico representa-se nas armas que carrega nas mãos – parsha, trishul, asi, ankusha, pasha e naag.

Conhecidos como Ganapatya, os admiradores de Ganesha estão presentes em vários ramos do hinduísmo, como Vaishnavas (adoradores de Vishnu), Shaivas (adoradores de Shiva), Shaktas (adoradores de Shakti) e Sauryas (adoradores de Swria). Nesses seguimentos, Ganesha assume importantes papéis.

Ainda segundo Kaushik, com seu rosto de elefante, Ganesha representa a maneira de pensar do povo indiano, pois na maioria das vezes é calmo e tranqüilo, porém, quando irado, pode devastar tudo. Durante as dificuldades que a Índia atravessou sob governo estrangeiro, Kaushik diz que, em 1893, em Purna, Lokamanya Tilak reviveu a tradicional celebração de Ganesha Chaturthi como símbolo de unidade nacional.

Nessa época, independente de castas e credos, todas as comunidades juntaram-se a esse movimento, inclusive os muçulmanos. Esse festival é celebrado até hoje na Índia, bem como em países onde a representação diplomática indiana conta com expressiva comunidade.